ESCOLA
MUNICIPAL JOSÉ TEODORO RODRIGUES - COLINAS DO TOCANTINS.
MÍDIA-EDUCAÇÃO
NO CONTEXTO ESCOLAR: MAPEAMENTO CRÍTICO
DOS
TRABALHOS REALIZADOS NAS ESCOLAS DE ENSINO
FUNDAMENTAL
EM FLORIANÓPOLIS
PEREIRA,
Silvio da Costa – UFSC
GT-16:
Educação e Comunicação
Agência Financiadora:
CNPq
Existem muitas
novidades tecnológicas e meios de comunicação que vêm alterando a maneira de
comunicação social, na escola na família os meios de comunicação têm sido
compreendidos como importantes espaços socializadores e educativos.
Os brasileiros
têm disponibilizado mais tempo para os diferentes meios de comunicação,
comunicação essa que pode ser hibrida e demonstrada com vários tipos de
significação.
No senso
comum, a linguagem audiovisual é tomada como auto-evidente, contudo as
mensagens das mídias são textos complexos e possuem gramática própria e que são
usados para expressar conceitos e idéias sobre o mundo através de diversas
possibilidades comunicativas.
A mídia
escolar foi difundida baseada em seis conceitos: Agência (modo de produção),
Categorias(meios de representação), Tecnologia(aquisição de habilidades
tecnológicas), linguagens (meio que proporciona significado), Audiências
(“feedbak”, medida das expectativas do publico) e Representação(demonstração de
problemáticas,ideologias e visão de mundo partindo do texto para o mundo real).
Para mapear os
trabalhos realizados à respeito de mídia foram realizadas diversas Pesquisa de
campo subdividida em várias etapas com escolas particulares, municipais e
estaduais com alunos de 5ª a 8ª séries acompanhando as coordenadoras de salas
informatizadas acompanhando diversos tipos de situações “Também encontrei
escolas que filmam os alunos para trabalhar problemas de timidez, gagueira e
postura”além de diversas outras situações no contexto escolar “Outras
atividades também são realizadas nas escolas com o uso da mídia áudio :gravação
de voz para trabalhar timidez ou gagueira e gravação de músicas ou histórias”.
Em outras
situações a produção de programas, a gravação e edição eram feitas pelos alunos
chegando às seguintes conclusões em relação às escolas de Santa Catarina: Há computadores, máquinas
fotográficas, jornais, revistas, gibis, acesso à internet até filmadoras em boa
parte das escolas de ensino fundamental de Florianópolis.
Entretanto, não parece estar havendo
formação suficiente ou adequada das professoras que promova ou estimule usos
críticos e criativos. Os gestores das escolas parecem não levar em conta que
muitas das professoras atuais nasceram em um mundo sem muitas das mídias
disponíveis hoje. Apesar de enxergar que as crianças são consumidoras de um
vasto leque de mídias, a maioria das professoras parece ainda não ter se dado
conta de que poderia ser mediadora desses usos. E, muitas das que vislumbram
tal possibilidade, parecem não saber como fazê-lo. Desta forma, os
aspectos-chave pensados por Bazalgette (1992) orientam a análise do que foi
observado.
_ Agência: este aspecto não pareceu ser relevante nos trabalhos
que conheci. Quando muito, havia destaque sobre os interesses empresariais que
influenciam o que é ou não veiculado.
_Categoria: embora tenha visto a utilização de certas categorias
na produção de mídias – notícias e filmes, por exemplo – não notei preocupação
em refletir a respeito delas. Isso apareceu, embora apenas brevemente, na
introdução aos trabalhos de jornal e rádio.
_ Tecnologia: é um aspecto bastante trabalhado, mas geralmente
através de um viés de aquisição de habilidades: os alunos eram estimulados a
aprender a manusear câmeras, montar apresentações no computador, digitar textos
ou pesquisar na internet, e não a refletir sobre quais tecnologias poderiam
usar. A definição, já no início do trabalho, da tecnologia a ser empregada,
inviabiliza que se pense nas outras tecnologias possíveis de serem usadas para
resolver o problema de comunicação posto. A abordagem é complicada pelo fato de
que muitas professoras possuem um conhecimento sobre tecnologias mais limitado
que o dos alunos.
_ Linguagem: talvez este tenha sido o aspecto mais trabalhado nas
escolas.
Na produção de rádios, jornais e publicidade houve explicitação
das linguagens utilizadas, embora isso ainda pudesse ser mais aprofundado: as
notícias para jornal buscavam responder às perguntas básicas (o quê, quando,
onde, quem, etc.), os textos para rádio buscavam ser coloquiais e curtos e as
publicidades usavam metáforas.
Na escola particular houve estudo
mais aprofundado da linguagem das histórias em quadrinhos, usada na produção de
uma HQ completa.
_ Audiência: não vi trabalhos que levassem os alunos a se verem
enquanto audiências das diversas mídias. O fato de eles – e também as
professoras – serem consumidores de diversas mídias não era posto em discussão.
A audiência das mídias produzidas pelos alunos apareceu apenas no projeto de
rádio da escola municipal, quando os colegas fizeram comentários a respeito dos
programas e músicas.
_ Representação: esta preocupação apareceu em diversas escolas,
mas por um viés ideológico. Ao invés de levar os alunos a ver que existem
diferentes pontos de vista a partir dos quais se observa o mundo, essa análise
crítica ressaltava apenas o que aquele e terminado ponto de vista não mostrava.
Desta forma a escola não deixava em relevo seu próprio ponto de observação do
mundo.
Desta forma os aspectos ligados à
tecnologia, linguagem e representação foram os mais trabalhados. Mesmo assim,
algumas abordagens são privilegiadas, como por exemplo, a aquisição de
habilidades (tecnologia) ou um viés ideológico (representação).
Agência, categorias e audiência foram os aspectos menos
abordados. Isso aponta um caminho em construção, que quer ultrapassar o simples
uso para chegar a um uso reflexivo e também expressivo.
Olhar dos observadores: Silvio da Costa – UFSC você está de
Parabéns!
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